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  • Foto do escritorNayara Vilarinho

Por que não tenho tempo?

Você já foi dormir com a sensação de que não fez metade das coisas que tinha programado para o dia que passou? Ou já chegou a desejar que seu dia tivesse mais de 24 horas porque só assim conseguiria executar tudo que tem para fazer? E diante de tantas demandas já se sentiu culpado quando se percebe sem fazer nada? Estas questões nos levam a pensar sobre como estamos usando nosso tempo e porquê esse bem tão precioso nos dias de hoje anda tão escasso em nossas vidas. Penso que três motivos podem estar consumindo nosso tempo e energia e nos deixando com a sensação de “falta de tempo”.


O primeiro motivo é cultural, estamos vivendo atualmente um verdadeiro culto à produtividade, onde ter um dia “cheio” passou a ser visto como uma condição de status, que agrega valor ao desempenho, como se não ter tempo fosse credencial de eficiência. Acontece que o excesso de produtividade não deixa espaço para o ócio e para contemplação, fatores preditivos de uma rotina saudável e criativa. Manter o modo fazer ativado da hora que acorda até hora que vai dormir, consome boa parte da nossa energia vital.


O segundo motivo é de ordem pessoal e diz respeito a autocobrança para agradar aos outros. Muitas vezes trocamos nosso momento de descanso por situações que não fazem o menor sentido para nós, só porque não conseguimos dizer não e recusar um convite. Nossa necessidade de agradar e pertencer nos deixa em muitos momentos de nossas vidas reféns dos outros. E acaba por consumir um tempo precioso que poderia ser usado em favor de nossas demandas pessoais se assim conseguíssemos priorizá-las sem nos sentir culpados por isso.


E finalmente, temos medo de estar em nossa companhia já que estando com a nossa própria presença podemos experimentar sentimentos muitas vezes desconfortáveis, os quais procuramos evitar enchendo nossas agendas de atividades. Não há justificativa mais “nobre” e socialmente aceita para a falta de tempo do que dizer: “não posso porque estou trabalhando”. Nos mantermos ocupados nos afasta da nossa subjetividade (pensamentos, sentimentos, memórias) que pode ser um convite para encarar questões com as quais não queremos ou sabemos lidar. Nesse sentido, levar a vida no piloto automático, sempre correndo, fazendo mil coisas ao mesmo tempo, emendando uma tarefa na outra sem respeitar pequenas pausas, respondendo de maneira imediata a cada notificação do celular, acaba por revelar como estamos desconectados de nós mesmos e do que de fato nos é significativo. Preferimos não olhar para dentro para não ter que lidar, e seguimos olhando para fora carentes de sentido.


E aí, você saberia responder agora o que está consumindo seu tempo? A liberdade de viver o SEU tempo está no espaço de ESCOLHA que fica entre você e suas prioridades.

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