Perfeccionismo
- Nayara Vilarinho
- 8 de mar. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 31 de ago. de 2022
Ser exigente com o que se pretende alcançar, aprimorar habilidades, empenhar-se na execução de tarefas sem deixar que eventuais erros e contratempos comprometam o processo, tudo isso de maneira realista e flexível não configura um padrão perfeccionista de desempenho, mas sim alguém fazendo o seu melhor, naquilo que se propõe com os recursos que dispõe.
Em contrapartida, quando o perfeccionismo está no controle de nossas ações, passamos a supervalorizar o resultado “perfeito” evitando a todo custo erros e fracassos, sacrificando oportunidades de aprendizagem e restringindo nossas atitudes ao padrão tudo ou nada: “Ou faço perfeito, ou não faço”. É como se propor a escalar uma montanha, e desejar chegar ao topo da mesma sem nenhum arranhão.
Mas o que leva o perfeccionista a desejar tão ardentemente fazer tudo sempre certo? Na minha prática clínica observo que a sustentação do padrão perfeccionista, por vezes, é o medo. Sim, o medo de ser criticado, de fracassar, de passar vergonha, de perder o reconhecimento, de não ser respeitado, de ser ridicularizado, de não corresponder às expectativas… Vivemos na cultura da alta performance, na qual “não basta ser bom, tem que ser o melhor”, o que se soma muitas vezes a uma história de vida na qual se aprendeu que reconhecimento e afeto só vêm seguido de acertos, notas 10 e bom com comportamento. Estas são algumas características contextuais que costumam contribuir para a formação de um padrão perfeccionista.
Caso você se considere um perfeccionista te convido a avaliar alguns pontos:
O que te leva a se comportar assim?
O que você está sacrificando para manter seu perfeccionismo? tem valido a pena?
Seu perfeccionismo te leva a procrastinar ou perder prazos?
Eis aí algumas questões para te ajudar a identificar se esse padrão tem te ajudado ou atrapalhado no seu dia dia, e se você deseja mudá-lo.
Sobre o perfeccionismo, o psicólogo Arthur Freeman em seu livro As 10 Bobagens mais comuns que pessoas inteligentes cometem, afirma: “Enquanto nos ativermos à ideia de tudo ou nada, perfeição ou nada, do “meu jeito” ou de jeito nenhum, matar todos os coelhos com uma cajadada só, haverá uma grande probabilidade de acabarmos frustrados e sentindo-nos derrotados. Se, todavia, começarmos a pensar em termos de aprimoramento, descoberta, adaptação dos nossos pontos de vista a um objetivo maior - que deve ser a conclusão, não a perfeição - nossas chances de avançar serão bem maiores.”
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