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  • Foto do escritorNayara Vilarinho

E se você aceitar a tua ansiedade?

Começo esse texto te fazendo um convite especial e muito ousado, que pode te causar certa estranheza: Que tal aceitar a tua ansiedade? A proposta de aceitação que vou abordar aqui é referente a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT, do inglês Acceptance and Commitment Therapy), que é uma abordagem psicoterapêutica embasada cientificamente e que tem norteado meu trabalho como psicóloga clínica. Em síntese, o que a ACT propõe é uma transformação na forma como lidamos com nossas experiências pessoais.


Comumente, entendemos como aceitação o ato de resignar-se, conformar-se com a vida como ela é, o que pode ser expresso no nosso dia a dia por frases como “aceita, que dói menos!” O que nos leva a uma condição de passividade e estagnação, nos afastando muitas vezes da vida que desejamos viver. Para a ACT, a aceitação é condição sine qua non para a mudança, já que envolve aprender a estar disposto a ter e vivenciar sua própria experiência, seja ela positiva ou negativa. Nessa perspectiva a aceitação é uma atitude pró-ativa na qual me abro para entrar em contato com sentimentos, pensamentos e sensações sem tentar me afastar, controlar ou julgar. E quando praticada dessa forma, aceitar pode doer sim, mas é quando aprendemos a deixar de lutar contra sentimentos e pensamentos que podemos dirigir a nossa vida para o que realmente nos importa.


A ansiedade, como todos nós sabemos, não é uma experiência confortável de ser sentida, mas assim como as outras emoções que sentimos ela tem a função de nos comunicar coisas importantes sobre nós mesmos e sobre o ambiente do qual fazemos parte. E mesmo quando estamos lidando com a ansiedade em níveis intensos, ainda sim podemos nos atentar para o fato de que para além do estado de corpo (sintomas ansiosos) provocado pela ansiedade, há também uma forma de pensar e reagir a ela que precisamos perceber para aprender a manejá-la sem nos tornarmos reféns dela.


Aprendemos a evitar e controlar a ansiedade, o que a longo prazo não é efetivo e acaba restringindo a vida como um todo. Em contrapartida, aceitar a ansiedade envolve perceber o que sinto, penso e faço na presença da experiência ansiosa. Para te ajudar a ter mais intimidade com a sua ansiedade e com a forma como você a vivencia te convido a preencher o quadro abaixo:

​1.Como é a ansiedade para você? Descreva em termos de sensações, sentimentos e pensamentos

2. Há quanto tempo você sofre de ansiedade?

3. Durante esse tempo, o que você fez para lidar com a ansiedade? Como você costuma reagir à ansiedade?

4.Funcionou na hora?

5. Funcionou a longo prazo?

6. Como essas ações modificaram a sua vida?

Espero ter te ajudado a dar um primeiro passo na construção de uma relação diferente com a sua ansiedade, na qual seja possível trocar controle por aceitação. E se você sentir dificuldade de implementar essa mudança sozinho, a terapia pode ser uma ajuda valiosa.


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