O que somos, sentimos, pensamos e fazemos se constrói também na nossa interação com o contexto do qual fazemos parte e nas relações com as pessoas de nosso convívio. Se nos percebemos como pessoas ansiosas, é bem provável que o ambiente no qual crescemos ou aquele em que estamos inseridos atualmente favoreça um padrão de comportamento ansioso. Aqui trago três exemplos de contextos que tendem a facilitar a manifestação da ansiedade:
👉 Contextos de muita imprevisibilidade: onde momentos de tensão e apreensão constantemente interrompem a regularidade da rotina. Lares onde há presença de violência doméstica, famílias que têm que se mudar de cidade regularmente em função da profissão dos pais, são exemplos desse tipo de ambiente.
👉 Contextos nos quais são emitidas muitas críticas e julgamentos: normalmente são muito punitivos e geram sensação de inadequação e desamparo. Seja em casa, no trabalho ou no meio social, são ambientes extremamente ansiogênicos.
👉 Contextos de superproteção na educação dos filhos: não contribuem para a formação de repertório pessoal de resolução de problemas, já que não estimulam a autonomia. Então, frente aos desafios pode-se experimentar uma sensação de incapacidade desencadeando ansiedade quanto ao desempenho de tarefas, das mais rotineiras até as mais desafiadoras.
As diferentes maneiras que cada um desenvolveu para sobreviver a esses contextos, contribuem para o desenvolvimento de um padrão de comportamento mais ansioso. Por isso, a avaliação e tratamento da ansiedade deve considerar uma análise mais ampla, que não se restringe apenas aos sintomas físicos.
Comments