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  • Foto do escritorNayara Vilarinho

Autocobrança e ansiedade

Na minha prática clínica tenho percebido (dados empíricos), que a autocobrança quanto ao desempenho é um padrão de comportamento comumente presente nos pacientes que sofrem com altos níveis de ansiedade. Cada caso é um caso, e as particularidades devem ser consideradas, mas de um modo geral, o ansioso costuma se exigir alta performance no que se propõe a fazer. Diante de uma tarefa a preocupação em não errar e não decepcionar, faz com que ele antecipe o sofrimento frente à prováveis falhas e críticas, e é aqui que a ansiedade se manifesta, em forma de comportamentos como autocrítica exagerada, procrastinação, não sentir-se satisfeito com o que produz por sempre achar que poderia estar fazendo mais e melhor, entre outros.


A autocobrança é um padrão aprendido em muitos casos desde a infância, quando muitas vezes os pais ficam eufóricos diante da nota 10 e visivelmente decepcionados com o 7, sinalizando aos filhos que a valorização e o reconhecimento pelo esforço aparecem com maior frequência diante dos excelentes resultados. Além disso, culturalmente temos um mercado de trabalho exigente e competitivo, no qual fazer “mais e melhor” é um diferencial.


Então, essa autocobrança pelo desempenho de excelência vem sendo aprendida e reforçada ao longo da vida, e muitas vezes, recebe o nome bonito de “perfeccionismo”, que costuma ser na verdade um disfarce para o medo de errar, de não ser reconhecido, de fracassar… tal ameaça é um gatilho para a manifestação da ansiedade, e para evitar todo esse desconforto, cobrar-se cada vez mais parece resolutivo, e numa percepção distorcida quanto ao desempenho, os erros são supervalorizados e os acertos minimizados.


Se você percebe que esse padrão elevado de autocobrança está se generalizando para outras áreas da sua vida, além da profissional, e trazendo prejuízos significativos, busque ajuda profissional. Na psicoterapia você vai entender como esse padrão se formou, como se mantém e como torná-lo mais adaptativo.

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