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  • Foto do escritorNayara Vilarinho

A crise de identidade fora da adolescência, é possível?


O nosso jeito de ser e estar no mundo nos confere uma identidade própria. É nas interações que estabelecemos ao longo da vida, com os outros e com o mundo que nos cerca, que vamos formando nossos autoconceitos. Aprendemos a pensar e sentir sobre nós mesmos na nossa relação com o nosso entorno, ora nos identificamos ora nos diferenciamos e assim vamos nos constituindo enquanto sujeitos.


Essa construção perpassa as diferentes fases da vida, contudo alguns de nós pode ser surpreendido quando esse repertório pessoal que conhecemos bem parece não mais funcionar em alguns contextos ou fazer sentido. Então, podemos perder o interesse por atividades que antes eram essenciais, rever pontos de vista, fazer escolhas diferentes das habituais ou ainda percebermos que certos ambientes ou relacionamentos já não nos cabem.


Invariavelmente essa experiência pode tomar forma de uma crise de identidade, já que tendemos a sentir seguros agindo conforme um certo padrão comportamental adquirido, não saber como agir ou não se reconhecer agindo de determinada maneira pode tornar a experiência estranha e dolorosa. E engana-se quem pensa que tal experiência está reservada apenas para os adolescentes, ela é sim típica de quem VIVE e é transformado de alguma forma pelo resultado do que viveu. Seja uma mudança de fase na vida, um divórcio, a perda de um trabalho, a chegada de um filho ou qualquer outra experiência que traga incerteza e instabilidade. Os contextos da vida mudam e exigem de nós que atualizemos nossos repertórios frente a novas demandas.


Nas palavras do poeta Fernando Pessoa: “Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da TRAVESSIA…”

Atravessar a crise pode ser assustador, mas nela pode estar uma bela oportunidade de crescimento e amadurecimento pessoal


O processo terapêutico não torna essa travessia fácil mas ajuda a torná-la possível, na medida em que mobiliza processos de flexibilidade psicológica e amplia o repertório do sujeito para que ele consiga entender melhor como se posicionar frente a circunstâncias que o fazem hesitar, gerando incertezas e ameaçando o que ele sabe sobre si, o impedindo de seguir em direções que lhe sejam mais significativas.


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